Você provavelmente já ouviu falar que chá
verde emagrece, que vinagre de maçã é melhor que o vinagre comum, que linhaça
ajuda na dieta, dentre outras coisas. Mas você sabe se realmente estes
alimentos ajudam a perder peso e como eles funcionam? Você já parou pra pensar
que, assim como remédios, pode haver contra-indicação ou efeitos colaterais? É
importante conhecer mais sobre aquilo que consumimos para que não haja riscos à
saúde e para que possamos usar o que há de novo no mercado a nosso favor.
Para começar, é preciso
entender como o processo de emagrecimento funciona de um modo geral, assim não
seremos levados de um lado para outro por promessas de produtos milagrosos e
propagandas enganosas.
Quando falamos em emagrecimento, estamos
falando consequentemente em gasto de energia corporal. A energia corporal pode
ser gasta pela realização de trabalho (ou seja, exercícios físicos) ou pela
produção de calor. Este processo é chamado de termogênese e pode ser
influenciado pela temperatura ambiente e pela alimentação. A exposição ao frio,
por exemplo, aumenta a produção de calor no corpo e consequentemente aumenta
também o gasto de energia. Existem também substâncias usadas por atletas para
melhorar a performance física e a concentração (substâncias ação ergogênica)
que, além dos exercícios físicos com alta intensidade, aumentam
consideravelmente a liberação de hormônios que "queimam" gordura pois
a utilizam como fonte de energia.
A alimentação também promove a termogênese.
Veja alguns exemplos de alimentos que apresentam propriedade termogênica:
pimenta vermelha, mostarda, gengibre, vinagre de maçã, acelga, aspargos, couve,
brócolis, casca da laranja, kiwi, cafeína, guaraná em pó, água gelada, linhaça,
gorduras vegetais, gorduras de coco e produtos derivados de chocolate.
Atualmente são encontrados no mercado muitos suplementos que prometem o
emagrecimento rápido: cafeína, chá verde, guaraná em pó, dentre outros. Mas
como os termogênicos funcionam? Eles realmente ajudam a perder peso e a queimar
as gorduras indesejadas?
Os termogênicos aumentam a
produção do calor através da elevação dos batimentos cardíacos,
consequentemente, eles aumentam o gasto de energia (principalmente da gordura).
Em outras palavras, o consumo de termogênicos ajuda a emagrecer porque faz com
que o organismo queime mais gordura. Os produtos mais utilizados para isso são:
cafeína, efedrina, anfetaminas, pimenta, Pholia Negra, Pholia Magra, Citrus
Aurantium, guaranâ em pó ou em
cápsula. O número de pesquisas para encontrar novas susbtâncias
com tal característica continua crescendo devido à grande procura por produtos
para emagrecer. No entanto, existem vários estudos conflitantes nos quais não
se encontram tais efeitos na melhora da performance. Para que ocorra um
emagrecimento é necessário que juntamente com o uso do termogênico seja
realizada uma dieta de baixa caloria.
A cafeína é uma substância que a literatura
demonstra claramente os efeitos termogênicos, mas indivíduos com predisposição
ao aumento da pressão arterial precisam ser cautelosos no seu consumo pois é
contra-indicado em indivíduos hipertensos. O uso de substância termogênica
requer uma avaliação individual considerando vários aspectos importantes, tais
como: hipertensão, resistência a insulina, hipoglicemia, alterações na glândula
da tireoide, depressão, fadiga crônica; uma vez que, devidos aos efeitos
colaterais, o indivíduo submetido a tal uso poderá potencializar distúrbios
pré-existentes.
O horário do consumo do termogêncio também
deve ser avaliado com cuidado. Pela manhã ocorre um aumento na pressão arterial
devido à reação do corpo ao momento de despertar (há um aumento da liberação do
cortisol com a finalidade de aumentar a temperatura corporal promovendo assim o
despertar todas as manhãs). O consumo de termogênicos no mesmo horário da
prática de exercícios físicos (principalmente pela manhã) pode representar um
risco à saúde, especialmente em indivíduos que apresentam fatores de riscos
cardiovascular tais como: circunferência da cintura elevada <88/90cm, obesidade,
hipertensão, apneia do sono, resistência à insulina. Portanto, o uso sem
orientação adequada é um fator de risco cardiovascular.
Todos nós já lemos ou ouvimos alguma vez que
não se deve tomar remédios ou começar uma dieta sem orientação de um profissional
da área. Por isso é importante estar sempre informado sobre o funcionamento dos
produtos que consumimos sobre o organismo, ainda que não se esteja de dieta.
Fonte:
ELIANA LOUZADA
· Mestre em Educação Física :
Obesidade
· Nutricionista
· Personal Trainer
Docente no cursos de Pós
graduação da Universidade Gama Filho
· Obesidade e
Emagrecimento
· Bases Nutricionais da
Atividade Física
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